Além do feito pioneiro no Pan, registrado nos Jogos de Chicago, em
1959, Anésio detém também o melhor resultado de um ciclista brasileiro
em Olimpíada, graças ao quinto lugar na prova de velocidade individual e
o sétimo posto na prova do km contra o relógio durante os nos Jogos de
Roma, em 1960.
Desde 1998, o ex-ciclista dá nome ao Troféu Anésio Argenton,
tradicional prova realizada em Araraquara, religiosamente no mês de
agosto, em comemoração ao aniversário da cidade.
A vida
Apaixonado pelo ciclismo desde a infância, o menino que começou
fazendo entregas para um armazém superou todas as barreiras, a pobreza,
nenhum velódromo para treinos, treinar em estradas que não eram
asfaltadas, ir às Olimpíadas sozinho, por falta de recursos, sem
conhecer nada e sem técnico.
“Fui para as Olimpíadas sozinho. Não conhecia nada, não tinha um
técnico, ninguém que pudesse me ajudar. Para chegar na Austrália viajei
uma semana em aviões do correio”, afirma durante uma entrevista à
imprensa.
Ao lado de grandes atletas do ciclismo brasileiro, como Mauro
Ribeiro, vencedor de 1ª Etapa do Tour de France em 1991, e de Murilo
Antônio Fischer, 5º colocado no Campeonato Mundial Elite de 2005 em
Madrid, Anésio Argenton foi apontado como um dos 100 maiores atletas do
século passado pela revista Época, em edição especial publicada em 1996.
O ex-ciclista era aposentado da antiga Estrada de Ferro Araraquara e
morava na cidade ao lado da esposa e das filhas. Ainda jovem, começou a
praticar o ciclismo pelas estradas de terra da cidade, onde começou a se
despontar em competições pelo Interior do Estado.
Em seguida, partiu para o mundo, levando o nome da Morada do Sol e da
Associação Ferroviária de Esportes (AFE) e, posteriormente, da empresa
Caloi S/A.
De todos os obstáculos que enfrentou na vida, talvez o
pior sido o mais longo dos últimos anos de sua vida. Lutou os últimos 8
anos de vida contra um câncer de intestino e faleceu em decorrência de
uma hemorragia interna no Hospital São Paulo em Araraquara.
As conquistas
Anésio foi o maior ciclista que o Brasil já teve. Nas participações
em Olimpíadas, Argenton obteve a nona colocação na prova de velocidade
em Melbourne (1956), na Olimpíada de Roma (1960), ficou em quinto
lugar(recorde brasileiro que durou 20 anos) e sexto lugar,
respectivamente nas provas de velocidade e de 1.000 metros contra o
relógio. Afastou-se do ciclismo em 1967, ao correu seu último
Pan-Americano em Winnipeg, no Canadá.
Conquistou ainda o tetracampenato brasileiro, bi-sulamericano e o
único ciclista brasileiro que conquistou uma medalha de Ouro nos Jogos
Pan-Americanos, em Chicago, no ano de 1959. Nos Jogos Pan-americanos de
São Paulo, em 1963, ficou com o bronze.
As principais conquistas do ciclista de Boa Esperança do Sul, com
alma araraquarense: 9º lugar na prova de velocidade nos Jogos Olímpicos
de Melbourne (Austrália-1956); Ouro na prova do quilômetro contra o
relógio nos Jogos Pan-americanos de Chicago (Estados Unidos da
América-1959); 5º lugar na prova de velocidade nos Jogos Olímpicos de
Roma (Itália-1960); 6º lugar na prova de 1.000 metros contra o relógio
nos Jogos Olímpicos de Roma (Itália-1960); e, Bronze na prova do
quilômetro contra o relógio nos Jogos Pan-americanos de São Paulo
(Brasil-1963).